QUEM FOI REI ...

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

                   Continuando a postagem de 26/12/2015... e a 1a postagem de 2016


          Passei um tempo ligado a um grupo de pintura de rua. Muito interessante experiência, mas para mim, acabou sendo frustrante. Não tenho facilidade para pintar à la prima, ou seja, pintar um quadro em poucas horas, no momento, no instante em que estou na rua. Meu temperamento é mais para pintura em atelier, com mais vagar e controle. Com o passar do tempo, comecei a ficar com várias telas inacabadas em casa, sem paciência para terminá-las. Lógico que perdi o interesse e, também por outros motivos, acabei não indo mais às manhãs de domingo na rua.
          Após alguns anos de inatividade, uma das pessoas do grupo me instigou a voltar a pintar com ela. Eu disse que não tinha mais motivação para pintar à óleo e ela sugeriu aquarela. No início hesitei por absoluta falta de experiência e por achar, como quase todos, que era uma técnica difícil. Para encurtar a conversa para boi dormir, em 2009, abriu-se um novo universo, uma nova etapa na minha vida. Sob a excelente orientação dela abracei a técnica e não quero mais saber de óleo. Investi pesado em livros e material e os resultados estão aparecendo.
          Nosso grupo de aquarela já expôs diversas vezes e estamos empenhados em nos aperfeiçoar cada vez mais.
          Há cerca de dois anos, já voo sozinho, mas não deixei de frequentar seu atelier. O contato com o grupo de lá é altamente produtivo e prazeroso.
          Dentre tantas coisas interessantes que ela mostrou, o uso de pratos para a confecção da paleta de tintas foi fundamental. Como já tinha experiência de tantos anos no óleo, misturar tintas não era segredo para mim e me adaptei instantaneamente.
          Alguns professores insistem que o aluno deve manter sua paleta com poucas cores para, através da mistura, obter-se qualquer cor. Concordo, quando na fase de aprendizado. No entanto, pergunto: "Quem conseguiria obter todas as nuances de cor que o espetacular Signore Ettore R. Franz aplica em suas jóias, com apenas 8 ou 10 cores?" Certamente levaria meses e, dependendo da cor, não a obteria nunca, uma vez que a mistura de cores tende a fazê-las perder a intensidade do matiz e o resultado é quase sempre cores "sujas" e monótonas.
         Consigo resultados bem interessantes com meus pratos, dos quais mostro um deles:




          Detalhe muito importante é desenvolver um padrão pessoal para a arrumação das cores em uma paleta, seja ela de óleo, acrílica, aquarela, etc... Como disse em uma outra postagem, meu padrão é o estritamente acadêmico, ou seja,, brancos, cores quentes, cores frias e as terras, exatamente como está no prato. Notar que deixo algumas vagas entre elas, para a eventual adição de nova cor. Nunca usei preto, nem no óleo. O preto estraga, mata, anula qualquer cor. Uma mistura de Van Dick ou Gris de Payne com um azul fechado, dá uma cor próxima do preto mas com uma profundidade ótima. Outras combinações de cores também resultam em bons escuros.
          Com o tempo, você nem precisa saber o nome da cor que está no prato. O cérebro já identifica o lugar e a cor exata para o que se quer, sem que haja perda de tempo na sua confecção. O pincel vai direto, no automático.
          É sempre conveniente "temperar" a cor, ou seja, não usá-la diretamente "do tubo". Traga-a para o centro da paleta e apenas "toque" com alguma outra, para quebrar a intensidade original. Obtém-se um resultado mais refinado, sem cores muito vistosas (é o meu gosto).
          Difícil dar informações técnicas em tão curto espaço, mas com uma boa biblioteca básica e/ou bom/a orientador/a e o mais importante, prática constante, o interessado acaba achando seu caminho.
          (Vem mais coisa)





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