Creio que a maioria dos aquarelistas
usa papel de 300 g/m². É o mais encontradiço e considerado de boa gramatura
para um bom trabalho. Há algumas alternativas um pouco mais leves, com 220 ou
265 g/m² e mais pesadas. Quanto menor a gramatura, mais difícil é o controle do
papel quando aplicamos a aquarela, especialmente nas lavadas. Eles se ondulam e
se distorcem muito, sendo necessário esticá-los antes de se começar a obra. Há diversas
maneiras de fazer isso e cada um tem seu método predileto.
Cheguei a confeccionar alguns
equipamentos especiais para esticar meus papéis, padronizando a área das superfícies
de acordo com os tamanhos dos papéis que tinha. São placas de compensado naval
com perfis especiais de alumínio nas arestas, que prendem o papel molhado em
todo o seu perímetro, sem a gosmeira habitual das fitas gomadas normalmente usadas.
Há produtos industrializados semelhantes no exterior. Ao secar, o papel fica
como um tambor, perfeitamente plano. Funciona muito bem, mas é a tal coisa,
você tem sempre que carregar a placa junto e, ao final do trabalho, se usar as
fitas gomadas, é necessário cortar o papel em volta.
Hoje em dia há blocos de papel de boa qualidade que já vêm com as bordas coladas nas 4 arestas, facilitando em muito o inconveniente da distorção ao se aplicar água, mas criando outro...você tem que levar o bloco inteiro enquanto está trabalhando.
Tendo em vista essas complicações,
comecei a usar papéis de 640 g/m², muito mais grossos, que dispensam a fixação
das bordas. É mais caro? Sim....bem mais caro, mas a vantagem é bem maior
também. Não deforma, não há necessidade de fixação e a sensação de se trabalhar
com papel mais encorpado é ótima.
Trabalho também com papéis de 1000
g/m², mas trata-se de papel muito grosso; ótimo para se trabalhar, mas complicado
para se emoldurar. É como se fosse uma tábua, difícil de fixar no
passe-partout.
Com o tempo,
vamos conversando mais sobre papéis, como surgiram para os aquarelistas e seu
preparo moderno.
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